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Governador do Maranhão foi convidado pessoalmente pelo presidente Lula para o importante evento desta sexta-feira, em Rio Verde – Goiás

Com presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ex-presidente José Sarney, do governador do Maranhão, Carlos Brandão, e do ex-ministro dos Transportes José Reinaldo Tavares, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, será finalmente inaugurada, nesta sexta-feira, 16, após 36 anos do construção, a aguardada Ferrovia Norte/Sul, um marco para o transporte e logística no Brasil.

O evento ganha destaque com o convite pessoal do ex-presidente Lula ao governador Carlos Brandão para participar da cerimônia. O convite é considerado um fato relevante para o Maranhão, evidenciando a importância estratégica do estado nessa nova rota de transporte e reconhecendo seu potencial econômico. Brandão estará acompanhado do secretário de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos, José Reinaldo Tavares, ex-ministro dos Transportes e criador da VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S/A, que iniciou as obras da Norte-Sul. O ex-presidente José Sarney será inaugurada durante a cerimônia.

Os impactos dessa obra são significativos para o Maranhão. Com a conclusão da Ferrovia Norte/Sul, o estado se torna uma importante rota de escoamento da produção agrícola e mineral, permitindo o transporte eficiente de commodities, como soja, milho e minério de ferro, para os portos maranhenses, incluindo o porto de Itaqui, em São Luís. Essa melhoria na infraestrutura logística impulsionará o agronegócio local, gerando empregos e fomentando o crescimento econômico da região.

Além disso, a Ferrovia Norte/Sul contribui para a diversificação da matriz de transporte do Maranhão, reduzindo a dependência excessiva do modal rodoviário e fortalecendo a infraestrutura logística do estado. Essa diversificação é fundamental para promover um desenvolvimento sustentável e equilibrado.

Desafios – A história da Ferrovia Norte/Sul remonta há 36 anos, quando o projeto foi iniciado, no governo do então presidente José Sarney, com o objetivo de integrar as regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste do Brasil. Durante esse período, a obra enfrentou escândalos, como denúncias de desvios de dinheiro; desafios financeiros e ambientais. No entanto, a sua conclusão é um marco histórico que traz esperança de um sistema ferroviário mais eficiente e integrado.

A inauguração da Ferrovia Norte/Sul representa um passo importante para o Maranhão e o Brasil. Além de reduzir os custos de transporte e fortalecer a infraestrutura logística, a ferrovia promove a integração regional, impulsiona o desenvolvimento socioeconômico e contribui para a geração de empregos. Com o convite de Lula ao governador Brandão, fica evidente o reconhecimento da importância estratégica do Maranhão nesse projeto.

A expectativa é de que a cerimônia de inauguração marque o início de uma nova era para o transporte e logística no país, com benefícios concretos para o Maranhão e uma perspectiva de crescimento sustentável e desenvolvimento regional.

Sarney será homenageado durante a inauguração – O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o ex-presidente José Sarney estará presente na inauguração do último trecho da ferrovia Norte-Sul e que será homenageado. A obra, iniciada em 1987 durante o mandato de Sarney, enfrentou atrasos devido a questões de licenciamento e licitações.

Durante uma entrevista para rádios de Goiás, Lula expressou sua intenção de levar Sarney para o evento, destacando o papel do ex-presidente no início da construção da ferrovia no Maranhão.

José Reinaldo Tavares e a VALEC na construção da Ferrovia Norte-Sul – O também convidado José Reinaldo Tavares, ex-ministro dos Transportes e hoje integrante do governo Carlos Brandão, desempenhou um papel fundamental durante a construção da Ferrovia Norte-Sul no Brasil. Em sua gestão como ministro, Tavares foi responsável pela criação da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. (VALEC), empresa estatal encarregada da execução das obras da ferrovia.

A VALEC foi instituída em 2008, visando impulsionar a construção da Ferrovia Norte-Sul, que já estava em andamento há algumas décadas. Tavares reconheceu a importância estratégica dessa ferrovia para o país e buscou fortalecer a atuação do Estado no setor ferroviário, por meio da criação da empresa.

A VALEC como objetivo gerenciar as obras, realizar a operação comercial da ferrovia e promover a expansão do sistema ferroviário brasileiro. Durante sua gestão, Tavares empreendeu esforços para garantir a conclusão das obras e viabilizar a integração do transporte ferroviário no Brasil.

Embora tenha havido atrasos e desafios ao longo do processo de construção da ferrovia, a criação da VALEC sob a liderança de José Reinaldo Tavares foi um passo importante para impulsionar o projeto. A empresa desempenhou um papel fundamental na gestão das obras e no planejamento da operação comercial da ferrovia.

Traçado original – O traçado original previa 4,1 mil quilômetros de trilhos cortando o país. Eles iriam do porto de Itaqui, no Maranhão, até o porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul – daí o nome da ferrovia. Depois de erros técnicos, inúmeros escândalos e cerca de R$ 15 bilhões investidos, esse percurso encolheu. A Norte-Sul ficou com 2,2 mil quilômetros, entre Açailândia, também no Maranhão, e Estrela d’Oeste, em São Paulo.

Embora menor, esse trajeto ainda é colossal. Ele corta quatro das cinco regiões do Brasil (Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Nordeste). E quais vantagens trará? Para Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, os benefícios incluem uma redução de até 40% dos custos de frete e, quem sabe, o início de uma mudança da concepção sobre logística no país. Numa entrevista recente ao site Metrópoles, Resende explicou como isso pode acontecer.

“Este é um momento histórico e pode representar o início de uma reversão da ideia que o país tem sobre logística. A Norte-Sul é a primeira ferrovia inaugurada nos últimos 15 anos no Brasil. Pior do que isso, em meados dos anos 1990, tínhamos 29,5 mil quilômetros de linhas férreas e, desde então, reduzimos a nossa malha. Hoje, temos somente 12 mil quilômetros de trilhos sobre os quais cargas são transportadas. Ou seja, a Norte-Sul muda um pouco esse cenário. O custo do frete é uma delas. Ele varia de acordo com a distância do transporte. Em percursos acima de 800 quilômetros, o frete em uma ferrovia pode ser entre 30% a 40% do que o rodoviário. Acima de 1,5 mil quilômetros, estamos falando seguramente de valores superiores a uma economia de 40%. Esse é o caso da Norte-Sul”, afirmou Paulo Resende.

Sobre os impactos da ferrovia, Resende afirmou: “Hoje, o transporte ferroviário representa 20% da matriz nacional. Com a Norte-Sul, passa para 23%, mas, mesmo sem novas ampliações, esse percentual pode chegar a 26%, à medida que a linha seja mais utilizada. Mas estão ocorrendo ampliações, tocadas pela iniciativa privada. Nossa projeção é que o granel agrícola pode ter 35% de participação nas ferrovias até 2035”.

 

 

 

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