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Cercado de parlamentares de pelo menos oito partidos, o deputado Arthur Lira (PP-AL) lançou nesta quarta-feira, 9, candidatura à presidência da Câmara dos Deputados. Nome apoiado pelo governo de Jair Bolsonaro, Lira concorrerá contra o candidato que ainda será indicado pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na eleição, que acontecerá em 1º de fevereiro de 2021.

Na Câmara desde 2011, Lira é hoje o líder do Centrão na Casa, grupo que faz parte da base aliada do governo desde maio deste ano. O Centrão é formado por PL, PP, PSD, Solidariedade e Avante e conta com 135 deputados. Além dos líderes do bloco, manifestaram apoio à candidatura os líderes do Patriota, Fred Costa (MG), e do PSC, André Ferreira (PE). O deputado Eros Biondini (Pros-MG) também esteve na bancada, ao lado de Lira.

Ao agregar PSC, Patriota e Pros, o número de apoiadores sobe para 160 deputados. No discurso de lançamento, Lira afirmou que a executiva nacional do PTB também já aprovou o apoio ao nome dele, mas falta decidir o novo líder do partido na Câmara para oficializá-lo. Caso a aliança seja confirmada, serão mais 11 votos para o candidato do governo.

O anúncio da candidatura foi feito em meio a banners com o slogan “Arthur Lira presidente, para toda a Câmara ter voz”, na sede do PP, no Senado. A intenção, segundo o deputado, é “tocar os próximos dois anos de uma maneira diferente de como a Casa vem sendo administrada”, disse, no discurso. “Não que venha sendo mal administrada, mas cada presidente tem a sua marca”, completou.

Lira se colocou como representante de um lado “moderador”, avesso a radicalismos. “Os partidos de centro são a força moderadora. É o que evita os extremos. O plenário depende dos partidos de centro, que sempre estiveram à disposição do Brasil, nas pautas mais saborosas ou mais espinhosas”, disse. Ele também afirmou que irá “adotar o diálogo com todos, minoria, oposição e governo”.

No evento, o candidato fez uma rápida retrospectiva da atuação política desde que assumiu o primeiro mandato de deputado, em 2011, até hoje. Lembrou que já foi seis vezes líder do partido na Câmara, posição que ocupa atualmente, e presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 2015.

Em meio a aplausos, Lira fez promessas diretamente aos deputados, como que as relatorias “voltarão a ser entregues pela proporcionalidade partidária”, e também disse que os “relatores terão autonomia sobre seus relatórios no plenário”. O deputado também acenou à bancada feminina, ao garantir que pelo menos uma mulher fará parte da Mesa Diretora da Casa, se ele ganhar.

(Alessandra Azevedo para Exame)