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A deputada eleita Tabata Amaral (PDT-SP) tomou um susto quando chegou ao imóvel funcional que a Câmara havia destinado a ela em Brasília, nesta quarta-feira (30). Ao chegar no imóvel, ela foi recepcionada pelo filho do antigo inquilino do local, o deputado Hildo Rocha (MDB-MA), e o rapaz não quis entregar as chaves do imóvel.

“Procurei a Câmara, expliquei a situação, tentei resolver, mas o deputado falou que eu poderia fazer o barulho que fosse que o filho dele não ia sair”, contou Tabata à repórter Thais Arbex. O partido decidiu pagar um hotel para Tabata até esta quinta (31), na esperança de que a situação se resolva.

Rocha foi reeleito, mas pediu à Casa para ocupar outro apartamento funcional. Procurado, o emedebista prometeu entregar o imóvel até esta sexta (1º). “É algo muito pequeno para uma deputada levar a história para o jornal”, reclamou. “É o choque da renovação com a velha política”, rebate Tabata.

“Só não desocupei porque ainda não tirei todas as minhas coisas de lá. Não consegui terminar a mudança, até porque a Câmara não ajudou”, disse Rocha.

O deputado já avisa que Tabata vai ter trabalho para se acomodar no local. “O apartamento está muito danificado. Vai precisar arrumar chuveiro, descarga e pintar para ela poder ocupar”, afirmou.

De acordo com Tabata, nesta quinta (31), a Câmara garantiu que vai encontrar um novo imóvel para que ela possa se mudar.

Hildo Rocha diz que é alvo de injustiça e que está no prazo para concluir mudança

O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) diz que está sendo injustiçado. Ele se envolveu uma polêmica com a deputada eleita Tabata do Amaral (PDT-SP). Como mostrou o Painel nesta quinta (31), a pedetista contou que foi ao apartamento funcional designado pela Câmara para ela e, chegando lá, se deparou com o filho do colega, que se recusou a desocupar o local.

“Esse apartamento ele ainda está ocupado por mim porque estou em mudança e eu tenho um prazo para entregar, ainda não terminei minha mudança”, diz Rocha. Ele afirma que não usou todo o tempo concedido pelo regimento para concluir a transição do apartamento funcional que ocupava –e no qual está seu filho– para o novo imóvel que recebeu da Casa.

“Eu não estou usando irregularmente dois apartamentos, como dizem por aí”, explicou. Segundo ele, Tabata não deveria ter recebido o termo de ocupação do imóvel antes de a sua mudança ser concluída. Rocha diz ainda que vai pedir que a Câmara apure o episódio.

“O que me espanta é como ela conseguiu as chaves desse apartamento. Ela está usando o cargo para ter um privilégio. Todo mundo sabe que há uma lista de prioridades para imóveis funcionais e ela não se encaixa nos critérios”, provocou o emedebista.

Segundo ele, como não há apartamentos para todos os deputados, parlamentares portadores de necessidades especiais, idosos e, depois, deputados com filhos têm preferencia na designação dos imóveis.

Hildo foi até a Quarta Secretaria da Câmara tirar satisfações do episódio. Ele diz que o termo de ocupação jamais deveria ter sido emitido.

A área, que é responsável pela distribuição dos imóveis, informou que a deputada recebeu, sim, o termo de posse, mas que ainda não havia sido autorizada a ir até o local.

Tabata, por sua vez, emitiu nota na qual afirma que foi orientada a “fazer um requerimento de representação por quebra de decoro. “Como a própria Câmara designou um funcionário para me acompanhar no ato de entrada? Burocracia? Descortesia ou abuso?”, indagou.

Com informações da coluna Painel (Folha de São Paulo)