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Carta assinada por Elon Musk e intelectuais do mundo inteiro defende que a inteligência artificial está sendo desenvolvida numa corrida tecnológica que nem seus próprios criadores são mais capazes de controlar.

Centenas de pessoas ligadas à área de tecnologia assinaram, essa semana, uma carta em que pedem uma pausa de seis meses no desenvolvimento da inteligência artificial. A notícia foi divilgada pelo Jornal Nacional, que ouviu especialistas sobre os motivos do documento.

A carta diz que estamos em um ponto que pode significar uma mudança profunda na história do planeta. Defende que a inteligência artificial está sendo desenvolvida dentro de empresas, em caixas pretas, numa corrida tecnológica que nem seus próprios criadores são mais capazes de controlar.

Um dos autores da carta, o professor Max Tegmark, físico do Massachusetts Institute of Technology (MIT), falou ao Jornal Nacional. Ele trabalha há décadas com pesquisa de inteligência artificial e explica que o objetivo sempre foi construir algo mais inteligente que humanos e os cientistas pensavam que isso ainda ia demorar.

Só que, nos últimos meses, o crescimento foi tão rápido, que deixou os próprios pesquisadores assustados. E, por isso, resolveram publicar o pedido: que se congele todo o desenvolvimento dessa tecnologia por seis meses.

Assinaram cientistas do mundo todo, incluindo o popular pensador israelense Yuval Harari. Além de chefões de empresas que desenvolvem inteligência artificial como Elon Musk e Steve Wozniak, co-fundador da Apple.

Essa versão do robô está disponível apenas para assinantes e se desenvolveu muito desde o lançamento da primeira versão em novembro do ano passado. Você pergunta o que quiser para ele e, para responder, ele se alimenta de textos que estão publicados na internet. Já se dá melhor em testes do que a maioria dos humanos e parece mesmo que você está falando com uma pessoa. Como, por exemplo, quando perguntam quais são os riscos que o robô mesmo impõe à sociedade.

Primeiro ele lista coisas como desinformação e preconceito. O Jornal Nacional pediu para explicar o que pode ser ainda pior no futuro. Ele menciona que os governos podem usar a inteligência artificial para vigilância e controle; que o robô pode operar armas de guerra automatizadas; promover ataques cibernéticos; que pode se tornar mais inteligente que humanos; se tornar impossível de controlar; e tomar grande parte dos nossos empregos.

O próprio dono da Open AI, empresa que desenvolveu o Chat GPT, se disse assustado com a tecnologia que desenvolveu.

O professor Max diz que não estamos prontos para nos tornarmos obsoletos, que isso poderia causar caos social. Mas a maior crítica à carta é realmente essa: que ela está projetando o futuro e não olhando o presente.

Ela foi publicada por um instituto que promove uma espécie de religião secular chamada longotermismo, que defende, entre outras coisas, que indivíduos devem acumular grandes fortunas para resolver problemas do futuro.

Os críticos dizem que a inteligência artificial já tem impacto diário nas nossas vidas e que mecanismos de regulação têm que ser criados para isso.

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