-->

Segundo Carolina Hernandez, diretora executiva da VLI, o Brasil perde anualmente cerca de US$ 750 milhões em grãos, como soja e milho, devido aos gargalos logísticos durante o transporte para exportação. A quebra ocorre quando a carga é transferida de um modal de transporte para outro, resultando em perdas estimadas em 1,53% da produção total.

Embora tenha havido um aumento na capacidade das ferrovias e hidrovias brasileiras, a competitividade ainda fica aquém dos concorrentes na exportação de commodities, afirmou Hernandez durante um evento da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que o transporte rodoviário representa 38% do escoamento de soja e milho no Brasil, enquanto nos EUA esse percentual é de 14%. Por outro lado, as hidrovias representam 19% para os brasileiros e 55% para os americanos.

Carolina Hernandez ressaltou que o custo logístico para transportar uma tonelada por caminhões chega a ser três vezes superior ao transporte por ferrovias e seis vezes maior do que o transporte por hidrovias. Para solucionar esses gargalos, ela enfatiza a importância da integração e do aumento da capacidade das ferrovias e hidrovias.

No setor portuário, Hernandez destacou a necessidade de aumentar em cerca de 70 milhões de toneladas a capacidade portuária do Brasil para acompanhar o ritmo das exportações do agronegócio. O Porto de Santos, que atualmente responde por 41% das exportações nacionais de grãos e açúcar, está próximo de atingir sua capacidade máxima nos próximos anos. A capacidade de embarque dessa unidade está prevista para chegar a aproximadamente 104 milhões de toneladas úteis (TU) até 2035, enquanto a demanda para embarque está estimada em 121 milhões de TU nesse mesmo período, superando a capacidade do porto.

Embora outros portos do país estejam em crescimento, o Porto de Santos ainda continuará sendo o principal ponto de escoamento de cargas no Brasil. A necessidade de investimentos e melhorias na infraestrutura logística do país é crucial para impulsionar a competitividade do setor e evitar perdas significativas na exportação de grãos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *