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O Papa Francisco voltou a utilizar o termo homofóbico “viadagem” (frociaggine, no original em italiano), semanas após ter se desculpado por seu uso em uma reunião a portas fechadas com bispos italianos, segundo a agência de notícias italiana Ansa. Durante uma conversa com padres de Roma, o pontífice teria mencionado que “existe um ar de viadagem no Vaticano” e reafirmou que homens com “tendências homossexuais” não deveriam ser admitidos em seminários ou ordenados sacerdotes.

Em resposta, o Vaticano divulgou uma nota destacando que o papa sublinhou a necessidade de acolhimento das pessoas LGBTQIA+ pela Igreja Católica, ao mesmo tempo em que recomendou cautela para evitar que elas ingressem nos seminários.

No final de maio, principais jornais italianos divulgaram que, em uma reunião no dia 20 daquele mês, Francisco afirmou que os seminários estavam “cheios de viadagem” e que homens gays não deveriam ser ordenados padres. Bispos presentes na reunião disseram ao jornal Corriere della Sera que o pontífice não parecia consciente do quanto a palavra é ofensiva em italiano, sua segunda língua.

Desde sua eleição em 2013, o Papa Francisco tem promovido uma postura mais acolhedora da Igreja em relação aos fiéis LGBTQIA+. Em dezembro do ano passado, ele autorizou a bênção de casais do mesmo sexo e daqueles considerados “em situação irregular”, como os que estão em sua segunda união após um divórcio, embora mantenha a proibição ao casamento homoafetivo.

Observadores do Vaticano e amigos do Papa insistem que o uso do termo homofóbico, embora um desastre de relações públicas, não deve ofuscar seu histórico como um papa reformador e amigável à comunidade LGBT+. No entanto, alguns críticos afirmam que essa gafe se encaixa em um padrão de equívocos que minam sua autoridade e levantam questões sobre suas convicções e o caminho de reforma que ele tem em mente para a Igreja.

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