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Entre 2012 e 2022, 48.289 mulheres foram assassinadas no Brasil, segundo o Atlas da Violência. Em 2022, 3.806 mulheres foram mortas, uma taxa de 3,5 homicídios a cada 100 mil mulheres

Os números foram divulgados na última terça-feira (18), e revelam uma realidade alarmante destacando a necessidade urgente de ações para combater a violência contra as mulheres no país.

A maioria dos homicídios de mulheres acontece dentro de suas próprias residências, muitas vezes cometidos por pessoas conhecidas. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública indica que cerca de 70% dos feminicídios acontecem em casa. Em 2022, 34,5% dos homicídios de mulheres ocorreram em domicílios, totalizando 1.313 vítimas. Em comparação, apenas 12,7% dos homicídios de homens ocorreram em suas residências.

Análise regional

A análise regional mostra variações relevantes entre os estados brasileiros. Em 2022, 13 das 27 unidades da federação reduziram suas taxas de homicídio feminino, com as maiores reduções no Tocantins (-24,5%), Distrito Federal (-24,1%) e Acre (-20,3%). No entanto, 12 estados registraram aumentos, como Roraima (52,9%), Mato Grosso (31,9%) e Paraná (20,6%) apresentando os maiores índices.

Diferenças Raciais

Em 2022, mulheres negras representaram 66,4% das vítimas de homicídios femininos, com uma taxa de 4,2 homicídios por 100 mil habitantes, comparada a 2,5 para mulheres não negras. No Nordeste, a probabilidade de uma mulher negra ser vítima de homicídio é pelo menos duas vezes maior do que para uma mulher não negra. Em Alagoas, essa probabilidade é 7,1 vezes maior.

Situação no Maranhão

No Maranhão, a taxa de homicídios de mulheres negras aumentou 11,4% em 2022. O estado é um dos muitos onde as taxas de homicídio de mulheres negras superaram a média nacional.

Iniciativas governamentais

O Ministério das Mulheres informou que, em 2022, o Ligue 180 recebeu 568,6 mil chamadas, um aumento de 25,8% em relação ao ano anterior. Em março deste ano, foi lançado o Plano de Ação do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, com 73 ações e orçamento de R$ 2,5 bilhões, para prevenir discriminação, misoginia e violências contra as mulheres.

Canais de atendimento

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 oferece escuta qualificada e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes. O serviço funciona 24 horas, todos os dias da semana, atendendo todo o território nacional e também acessível em outros países.

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