A Rússia condenou neste domingo (22) os ataques aéreos realizados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irã, ocorridos na noite de sábado (21).

Em comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores russo classificou a ofensiva como uma “decisão irresponsável” e uma “grave violação do direito internacional”.

“A decisão irresponsável de submeter o território de um Estado soberano a ataques com mísseis e bombas, quaisquer que sejam os argumentos apresentados, viola flagrantemente o direito internacional, a Carta das Nações Unidas e as resoluções do Conselho de Segurança”, afirmou a diplomacia russa.

O governo de Moscou também fez um apelo pelo fim imediato das hostilidades e pela retomada de negociações diplomáticas.

“É essencial que se intensifiquem os esforços para devolver a situação ao caminho político e diplomático”, acrescenta o comunicado.

ATAQUE COORDENADO CONTRA CENTROS NUCLEARES

A condenação russa vem após a ofensiva americana que atingiu três centros nucleares estratégicos do Irã — Fordow, Natanz e Isfahan.

Os ataques foram realizados em coordenação com Israel, em meio a uma escalada de tensões militares no Oriente Médio.

Segundo o presidente Donald Trump, que confirmou a ação, o ataque foi um sucesso e teria destruído, entre outros alvos, a instalação de Fordow, localizada em uma área montanhosa ao sul de Teerã.

O Irã reconheceu os ataques e prometeu responder com base no direito à legítima defesa.

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, declarou que os Estados Unidos “cruzaram uma linha vermelha muito grande”, elevando ainda mais o tom da crise.

RISCO À SEGURANÇA ENERGÉTICA GLOBAL

Como resposta à ofensiva americana, o Parlamento do Irã aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz — ponto estratégico entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã, por onde passa cerca de 30% de todo o petróleo comercializado globalmente.

A medida ainda precisa do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, para entrar em vigor.

O fechamento do estreito, se confirmado, pode impactar drasticamente o abastecimento global de energia e provocar uma disparada no preço do barril de petróleo.

A navegação comercial na região é protegida pelos Estados Unidos, por meio da 5ª Frota da Marinha americana, baseada no Bahrein.

Navios petroleiros já foram orientados por agências marítimas a redobrar a cautela na área, considerada uma das mais tensas do planeta no momento.

 


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