O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa da proposta do governo federal de modificar as regras do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com destaque para o aumento das alíquotas atualmente em vigor.

A medida faz parte de um esforço do Ministério da Fazenda para reforçar o caixa e garantir o equilíbrio fiscal.

Durante participação no podcast Mano a Mano, apresentado pelo rapper Mano Brown e pela jornalista Semayat Oliveira, Lula minimizou os impactos da proposta e afirmou que o objetivo é assegurar justiça tributária.

“O IOF do Haddad não tem nada demais”, declarou o presidente. “O Haddad quer que as bets paguem mais imposto de renda; que as fintechs paguem; que os bancos paguem. Só um pouquinho, para a gente poder fazer a compensação, porque toda vez que a gente vai ultrapassar o arcabouço fiscal, temos que cortar no Orçamento.”

Segundo Lula, o aumento do IOF visa justamente evitar cortes em áreas sensíveis do Orçamento da União. Ele ressaltou ainda que a proposta está alinhada com o princípio da justiça tributária: “Queremos que as pessoas que ganham mais, paguem mais impostos. Que quem ganha menos, pague menos. E que as pessoas vulneráveis não paguem impostos”, afirmou.

As declarações do presidente ocorrem em meio à crescente resistência no Congresso Nacional.

Na última segunda-feira (16), a Câmara dos Deputados aprovou, por 346 votos a 97, o regime de urgência para a tramitação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 314/2025, que prevê a suspensão dos efeitos do recente decreto presidencial que altera as regras do IOF.

A aprovação da urgência permite que o plenário da Câmara vote o projeto diretamente, sem a necessidade de passar pelas comissões temáticas da Casa.

O decreto contestado foi editado pelo Executivo no dia 11 de junho, em conjunto com uma Medida Provisória, ambas com foco na arrecadação via IOF.

Essas iniciativas fazem parte de uma readequação da estratégia fiscal do governo, que em 22 de maio havia anunciado um bloqueio orçamentário de R$ 31,3 bilhões para garantir o cumprimento da meta fiscal fixada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Naquele momento, a equipe econômica chegou a propor o aumento das alíquotas do IOF em diversas operações financeiras, mas recuou diante da forte reação negativa de empresários, parlamentares da oposição e até mesmo de integrantes da base governista.

Agora, com um novo decreto e uma Medida Provisória, o governo tenta reintroduzir a proposta de forma mais calibrada, buscando compensar a perda de receitas e evitar novos cortes orçamentários. A disputa, no entanto, promete se intensificar no Congresso.


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