O conflito entre Israel e Irã chegou neste sábado (21) ao nono dia, sem qualquer sinal de trégua. Os ataques aéreos, bombardeios a instalações estratégicas e o uso de mísseis de longo alcance elevam o risco de uma guerra em grande escala no Oriente Médio, com impactos globais.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que a situação pode se tornar “um fogo impossível de controlar” e pediu a todos os envolvidos que “deem uma chance à paz”.

O apelo ocorre em meio a relatos de mortes em massa, ataques a infraestruturas civis e danos a instalações nucleares.

Já o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, expressou preocupação com os ataques a instalações nucleares e alertou para o risco de liberação radioativa, com consequências catastróficas dentro e fora dos países envolvidos.

COMO O CONFLITO COMEÇOU

A ofensiva teve início em 13 de junho, após Israel lançar a operação “Leão em Ascensão”, com bombardeios a alvos militares e nucleares no Irã.

O governo israelense alega que Teerã está próximo de desenvolver uma bomba atômica e afirma agir para garantir sua própria sobrevivência. Entre os alvos estavam instalações nucleares e altos comandantes militares iranianos.

Em resposta, o Irã retaliou com dezenas de mísseis contra cidades israelenses como Tel Aviv, Haifa, Jerusalém e Beersheba. Desde então, os ataques não cessaram.

De acordo com os governos, ao menos 10 pessoas morreram em Israel e 224 no Irã, com centenas de civis feridos.

Organizações independentes afirmam que os números reais podem ser ainda maiores.

ESCALADA E NOVOS ALVOS

Nos dias seguintes, Israel intensificou os ataques, mirando também refinarias, depósitos de combustível e centros de comunicação. Um dos bombardeios atingiu a TV estatal iraniana durante uma transmissão ao vivo.

O Irã respondeu com novos lançamentos de mísseis balísticos e drones. Uma usina de energia em Haifa foi atingida, matando civis. Sirenes de alerta antiaéreo têm sido acionadas diariamente em várias cidades israelenses, forçando a população a se abrigar constantemente.

Israel também foi acusado de utilizar munições com ogivas de fragmentação — armamento condenado por organismos internacionais.

Na quinta-feira (19), o hospital Soroka, principal unidade de saúde do sul de Israel, foi atingido por um míssil iraniano. Segundo o Ministério da Saúde, 71 pessoas ficaram feridas, e a estrutura sofreu danos graves.

DIPLOMACIA FRAGILIZADA

Apesar do agravamento do cenário, há movimentações diplomáticas. O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, se reuniu com ministros europeus em Genebra, mas os lados divulgaram comunicados divergentes.

A União Europeia enfatizou que busca impedir que o Irã obtenha armas nucleares. Já o representante de Teerã afirmou que as capacidades defensivas do país “não estão em negociação”.

O Irã também ameaçou atacar bases americanas no Oriente Médio caso os Estados Unidos entrem oficialmente no conflito — até o momento, os norte-americanos têm atuado apenas na interceptação de mísseis iranianos.

PAPEL DOS ESTADOS UNIDOS

O presidente dos EUA, Donald Trump, tem adotado postura ambígua. Embora elogie as ações israelenses, ainda não confirmou se haverá envolvimento direto dos americanos no combate.

Trump afirmou que tomará uma decisão nas próximas duas semanas, mas já aprovou um plano de ataque ao Irã — cuja execução, segundo assessores, dependerá de novos desdobramentos.

Ao mesmo tempo, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, garantiu que o país não se renderá e prometeu retaliação caso os EUA entrem na guerra. Milhares de civis deixaram Teerã, enquanto restrições à internet e ataques cibernéticos se intensificaram.

RISCO DE GUERRA REGIONAL

A continuidade dos ataques e a ausência de sinais de cessar-fogo elevam os temores de que o conflito se expanda e envolva outros países da região.

O Brasil e outras nações já condenaram os bombardeios e pediram o fim imediato das hostilidades.

Segundo especialistas, a situação pode se transformar em um conflito regional de grandes proporções — com impactos geopolíticos, humanitários e econômicos ao redor do mundo.

A diplomacia internacional segue pressionando por uma solução, mas, até o momento, os esforços não foram suficientes para conter o avanço da violência.


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