Após o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitar a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe de Estado, parte da oposição quer resgatar a PEC que acaba com o foro privilegiado.
O texto, que tramita no Congresso desde 2013, já foi aprovado no Senado e está pronto para votação na Câmara.
O próprio Bolsonaro defendeu a proposta nesta quarta-feira (26), logo após se tornar réu.
“Meu foro foi mudado há poucas semanas. Eu era primeira instância. Há poucas semanas, talvez um mês e pouco, mudaram. Eu acho que interessa pra muita gente essa PEC”, declarou.
A oposição, especialmente parlamentares bolsonaristas, quer acelerar a votação para transferir o julgamento de crimes comuns cometidos por autoridades para a 1ª instância.
Se aprovada, a proposta poderia tirar o caso de Bolsonaro do STF e da relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
ACUSAÇÕES DE CASUÍSMO
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), critica a iniciativa e chama de “casuísmo” o apoio repentino de Bolsonaro à PEC. .
Já o deputado Sanderson (PL-RS), vice-líder da oposição, afirmou que pretende pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-AM), para colocar a proposta em votação.
Segundo ele, a ideia já era defendida desde 2019 e não seria apenas uma reação ao julgamento de Bolsonaro.
Agora, resta saber se a PEC ganhará força suficiente para ser votada e, eventualmente, mudar os rumos do julgamento de Bolsonaro.