-->

O Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira, 13, uma nova resolução para adequar o processo de indicação de emendas parlamentares ao Orçamento às exigências do Supremo Tribunal Federal (STF).

O objetivo, segundo parlamentares, é garantir mais transparência e destravar o pagamento dos recursos, que foi suspenso pela Corte.

No entanto, entidades de transparência apontam que a medida mantém brechas que permitem ocultar os padrinhos das emendas, o que pode ferir o acordo firmado entre o Legislativo e o STF.

A resolução foi aprovada por 361 votos a 33 na Câmara e, após problemas técnicos, por 64 votos a 3 no Senado.

AS MUDANÇAS

  • Obrigatoriedade de identificação dos autores a partir de 2025

A resolução estabelece que, a partir do próximo ano, nenhuma emenda poderá ser paga sem a identificação do parlamentar que a propôs.

  •  Persistência de anonimato em documentos internos

Apesar da promessa de transparência, as entidades de controle afirmam que o texto permite a omissão dos nomes dos padrinhos das emendas em algumas etapas do processo.

  • Modelos de atas não garantem transparência total

As atas que detalham as emendas indicadas por bancadas e comissões não exigem, de forma clara, que o nome do parlamentar solicitante seja divulgado, deixando margem para ocultação.

CATEGORIAS DE EMENDAS

– Emendas de comissão

  • São indicadas por colegiados temáticos do Congresso.
  • Continuam sem valor fixo e são definidas ano a ano.
  • Texto permite que líderes partidários enviem indicações sem especificar o parlamentar responsável.

– Emendas de bancada

  • Recursos destinados pelos parlamentares de um estado.
  • Agora, cada estado poderá apresentar até 11 emendas, sendo 3 obrigatoriamente para obras inacabadas.
  • Aprovadas por três quartos dos deputados e dois terços dos senadores da bancada.
  • Documento final não exige que o padrinho da emenda seja identificado.

– Emendas individuais e “Emenda PIX”

  • Destinação de recursos feita por cada parlamentar.
  • Execução obrigatória, com limite de 2% da receita corrente líquida do ano anterior.
  • Recursos distribuídos entre deputados (1,55%) e senadores (0,45%).
  • Transferências especiais (“Emenda PIX”) precisarão especificar o destino dos recursos.

PRÓXIMOS PASSOS

O presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), defendeu a resolução, afirmando que “garante transparência e rastreabilidade”.

Já entidades como Transparência Internacional, Transparência Brasil e Associação Contas Abertas discordam e apontam que o texto mantém traços do orçamento secreto. Agora, caberá ao STF analisar se as novas regras atendem às suas exigências.

Enquanto isso, o Congresso terá que ratificar todas as emendas já aprovadas no Orçamento de 2024 para liberar os pagamentos bloqueados.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *