A China anunciou, nesta terça-feira, 4, novas tarifas sobre importações dos Estados Unidos em resposta às taxações impostas pelo governo de Donald Trump na última sexta-feira (31). A medida intensifica a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
As novas tarifas chinesas incluem uma taxação de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito (GNL) dos EUA, além de 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e determinados automóveis. As tarifas entrarão em vigor a partir de 10 de fevereiro, segundo o Ministério das Finanças da China.
Por outro lado, tarifas adicionais de 10% sobre todas as importações chinesas para os EUA começaram a valer nesta terça-feira, após Trump alegar que Pequim não estava fazendo o suficiente para impedir o tráfico de drogas ilícitas para os Estados Unidos.
Reação da China e impacto global
Além das tarifas, Pequim anunciou uma investigação antitruste contra a Alphabet Inc., controladora do Google, e incluiu a PVH Corp (holding da Calvin Klein) e a empresa de biotecnologia Illumina em sua lista de “entidades não confiáveis”.
Enquanto isso, Trump suspendeu a imposição de tarifas de 25% sobre México e Canadá, optando por um adiamento de 30 dias após negociações sobre controle de fronteiras e segurança. No entanto, a China não recebeu o mesmo tratamento. Um porta-voz da Casa Branca confirmou que não há previsão de diálogo entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping.
Efeito no mercado e perspectivas
Especialistas alertam que a guerra comercial entre EUA e China ainda está em estágio inicial e pode se intensificar. A consultoria Oxford Economics reduziu sua previsão de crescimento econômico chinês e ressaltou a alta probabilidade de novas tarifas.
Trump já indicou que pode impor taxações ainda mais severas caso Pequim não interrompa o envio de fentanil – um opioide mortal – para os EUA. A China, por sua vez, afirmou que levará o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC) e adotará contramedidas.
A disputa comercial tem causado instabilidade nos mercados e desestruturado cadeias globais de suprimentos, refletindo no crescimento econômico mundial. Analistas apontam que, mesmo que EUA e China alcancem um acordo parcial, tarifas podem continuar sendo usadas como ferramenta de pressão, gerando volatilidade ao longo do ano.