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O ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta um cenário de incerteza judicial enquanto se aguarda que o Supremo Tribunal Federal (STF) leve seu caso a julgamento ainda neste semestre.

Bolsonaro é investigado por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, segundo a Polícia Federal, que aponta o ex-mandatário como o principal beneficiado em um eventual rompimento das instituições.

Na última decisão, o ministro Alexandre de Moraes negou o pedido de devolução do passaporte de Bolsonaro e remeteu o caso para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve se manifestar em cinco dias.

O STF considerou que a ausência de um motivo público justifica manter a retenção do documento. Bolsonaro, impedido de viajar aos Estados Unidos, afirmou ser tratado como “preso político” e criticou o ministro, com quem mantém um longo histórico de embates.

A aposta em Trump

A posse de Donald Trump como presidente eleito dos Estados Unidos, marcada para amanhã, é vista por Bolsonaro como uma oportunidade para buscar apoio internacional.

O ex-capitão acredita que Trump pode exercer pressão em favor da reversão de suas inelegibilidades e de outras restrições judiciais. No entanto, seu filho Eduardo Bolsonaro será quem representará o Brasil no evento.

A decisão de Alexandre de Moraes ganhou destaque em veículos como o The New York Times, que destacou diferenças entre as trajetórias de Bolsonaro e Trump desde que deixaram o poder.

Enquanto Trump retoma influência política, Bolsonaro enfrenta processos que reduziram seu suporte político e resultaram em restrições severas, incluindo a suspensão de seus direitos políticos até 2030.

Outros jornais, como o britânico The Guardian e o francês Le Figaro, reforçaram que as restrições a Bolsonaro refletem sua posição enfraquecida no cenário político brasileiro, mesmo entre aliados da direita, que agora miram novas lideranças.

Planos futuros e reação do PT

Michelle Bolsonaro, antes de embarcar para os EUA, classificou o marido como “maior líder da direita” e criticou o que ela descreveu como perseguição judicial.

Enquanto isso, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ironizou os pedidos de apoio de Bolsonaro ao governo Trump, sugerindo que os Bolsonaro pedissem cidadania americana e se afastassem da política brasileira.

Em paralelo, o senador Flávio Bolsonaro segue no centro das atenções devido ao caso das “rachadinhas”.

Acusações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reacenderam o debate sobre movimentações financeiras do filho do ex-presidente, o que gerou reações imediatas de Jair Bolsonaro, que prometeu acionar Haddad na Justiça.

*Por Correio Braziliense (Renato Souza)

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