O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou nesta terça-feira, 26, o sigilo do relatório elaborado pela Polícia Federal (PF) no âmbito do “inquérito do golpe”, que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022, no final do governo Jair Bolsonaro (PL).
Apesar disso, o sigilo sobre a delação premiada do coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi mantido.
Na decisão, Moraes também determinou o envio do material à Procuradoria-Geral da República (PGR), que será responsável por avaliar a apresentação de denúncias contra os 37 indiciados no relatório.
Entre os investigados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, dois ex-ministros e outros membros da administração federal à época.
INVESTIGAÇÃO E SUSPEITAS
A investigação teve início em 2023 e apura ações golpistas ocorridas entre 2022 e o início de 2023, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições e sua posse como presidente.
A PF rastreia desde declarações de autoridades do governo Bolsonaro que questionavam a segurança das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral até planos mais concretos de ruptura institucional.
Entre os elementos investigados estão as chamadas “minutas do golpe”, localizadas na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, no celular de Mauro Cid e na sede do Partido Liberal (PL) em Brasília.
Além disso, a operação Contragolpe revelou um plano que incluía o assassinato de autoridades.
Os atos de vandalismo e invasão às sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2023, também são relacionados à tentativa de derrubar o governo de Lula, mas estão sendo investigados em um inquérito distinto.
O relatório da Polícia Federal, que foi entregue ao STF na última quinta-feira (21), é peça central para os próximos passos do caso, que inclui a possível formalização de acusações por parte da PGR.