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A Polícia Federal (PF) revelou que os 37 indiciados no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022 atuaram de forma estruturada, divididos em seis núcleos com funções específicas.

As informações constam no relatório divulgado nesta terça-feira, 26, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirar o sigilo do documento.

O relatório indica que o grupo criminoso planejou ações para desacreditar o sistema eleitoral, organizar a execução de um golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito no Brasil.

Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, dois ex-ministros e outros membros de sua gestão.

OS SEIS NÚCLEOS IDENTIFICADOS

De acordo com a investigação, os acusados atuaram nos seguintes núcleos:

Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral:

Responsável por espalhar fake news sobre as eleições e incentivar manifestações em frente a quartéis. Entre os indiciados estão Mauro Cesar Barbosa Cid, Anderson Torres e Tércio Arnaud Tomaz.

Núcleo de Incitação Militar:

Promovia ataques a militares que resistiam às ações golpistas e buscava adesão de oficiais ao plano. Integrantes incluem Walter Braga Netto e Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho.

Núcleo Jurídico:

Elaborava minutas de decretos e fundamentação jurídica para legitimar o golpe. Anderson Torres e Filipe Martins são apontados como membros.

Núcleo Operacional:

Planejava medidas logísticas, de mobilização e financiamento para sustentar manifestações em frente a quartéis. Envolvia figuras como Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Rafael Martins de Oliveira.

Núcleo de Inteligência Paralela:

Monitorava autoridades, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, para facilitar a execução do golpe. Incluía Augusto Heleno e Mauro Cid.

Núcleo de Oficiais de Alta Patente:

Usava a influência militar para apoiar os outros núcleos e incitar ações golpistas. Generais como Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira são citados.

PRÓXIMOS PASSOS

Com a retirada do sigilo, o relatório foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Caberá ao procurador-geral, Paulo Gonet, decidir se os indiciados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, serão denunciados ao STF pelos crimes apontados pela PF.

O relatório aponta a gravidade das ações coordenadas pelos núcleos, que teriam tentado abalar as bases democráticas do país.

A decisão sobre as denúncias, no entanto, deve ser tomada apenas em 2025, após o recesso do Judiciário.

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