A Justiça de São Paulo classificou Ana Paula Veloso Fernandes, de 36 anos, como uma “verdadeira serial killer”, acusada de assassinar quatro pessoas com o uso de veneno em diferentes cidades: Guarulhos (SP), São Paulo (SP) e Duque de Caxias (RJ). Presa preventivamente desde 4 de setembro, ela é investigada por homicídios qualificados cometidos com crueldade e dissimulação.

Ana Paula Veloso

Segundo a decisão do juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), os crimes foram praticados de forma premeditada e conectada, justificando a concentração das investigações na delegacia de Guarulhos.

Entre as vítimas está o aposentado Neil Corrêa da Silva, de 65 anos, que morreu após comer uma feijoada envenenada, em abril, no Rio de Janeiro. A polícia aponta que o crime foi encomendado pela filha da vítima, Michele Paiva da Silva, de 42 anos, que foi presa na última terça-feira (7).

Além do caso de Neil, Ana Paula é acusada de envenenar Marcelo Hari Fonseca e Maria Aparecida Rodrigues, ambos em Guarulhos, e Hayder Mhazres, na capital paulista. De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), todos os assassinatos foram cometidos com substâncias semelhantes ao “chumbinho”, encontradas na casa da acusada.

As investigações revelam que Ana Paula se aproximava das vítimas por laços de amizade ou interesse pessoal, agia com manipulação e frieza, e utilizava o veneno de forma disfarçada em alimentos e bebidas. Em um dos casos, teria matado por promessa de recompensa; em outro, por vingança; e também por ganância e tentativa de herança.

O delegado Halisson Leite, que conduz o caso, acompanha a exumação do corpo de Neil no Rio de Janeiro e afirma que a acusada “apresenta perfil típico de uma serial killer”.

Na decisão judicial, o magistrado destacou a “conduta manipuladora e calculista” de Ana Paula, observando que ela tentou forjar provas e criar narrativas falsas para despistar as investigações. A prisão preventiva foi mantida por representar risco à ordem pública e ao andamento do processo.

A defesa de Ana Paula e de Michele Paiva ainda não se manifestou.


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