O Hamas rejeitou neste sábado (11) a possibilidade de entregar suas armas, conforme prevê o plano de paz para Gaza apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em declaração à agência AFP, um líder do grupo terrorista afirmou que o desarmamento “está fora de discussão e não é negociável”.

“A proposta de entregar as armas está fora de discussão e não é negociável”, disse o alto funcionário do Hamas sob condição de anonimato.

O plano americano estabelece que o desarmamento do Hamas seria abordado na segunda fase das negociações, junto a uma possível anistia dos membros do grupo.

No entanto, essa etapa só ocorreria caso duas condições fossem cumpridas: a libertação dos reféns israelenses e a retirada das tropas de Israel da Faixa de Gaza.

Além do impasse sobre o desarmamento, a presença de forças israelenses em Gaza também é um dos principais pontos de atrito.

Na sexta-feira (10), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que as tropas do país permanecerão no território durante os primeiros momentos do acordo, como forma de pressionar o Hamas.

“Estamos cercando o Hamas. Nós o envolvemos completamente, antes das próximas etapas do plano, nas quais o Hamas será desarmado e Gaza será desmilitarizada. Se isso puder ser alcançado pela maneira fácil, muito bem. Se não, será alcançado pela maneira difícil”, afirmou Netanyahu.

O Exército israelense reforçou que está preparado para retomar as operações militares, caso necessário, e que continuará “eliminando qualquer ameaça imediata”, sem detalhar o que isso significa.

TROCA DE REFÉNS E PRISIONEIROS

Donald Trump informou na noite de sexta-feira (10) que o Hamas está reunindo os 20 reféns israelenses que permanecem em seu poder.

Dos 48 sequestrados durante os ataques de 7 de outubro, os outros 28 são considerados mortos ou desaparecidos.

Segundo os termos do cessar-fogo, os reféns devem ser libertados até as 6h da manhã de segunda-feira (13), pelo horário de Brasília. Em contrapartida, Israel libertará prisioneiros palestinos.

De acordo com o Serviço Prisional de Israel, milhares de policiais e guardas penitenciários estão envolvidos no deslocamento dos presos palestinos para as unidades de Ofer e Ketziot, de onde serão soltos no momento da troca.

RETORNO EM MASSA A GAZA

A agência de defesa civil de Gaza, ligada ao Hamas, informou que mais de 500 mil palestinos retornaram à cidade de Gaza, na região norte da Faixa, desde o início do cessar-fogo.

“Mais de meio milhão de pessoas retornaram à Gaza (Cidade) desde ontem”, declarou Mahmud Bassal, porta-voz do órgão.

Apesar do retorno em massa, o Exército israelense advertiu que algumas áreas no norte do território continuam “extremamente perigosas” para os civis.

Muitos palestinos também voltaram para suas casas nas regiões central e oriental da Faixa de Gaza, incluindo partes de Khan Younis, no sul, após a retirada das forças israelenses.

Desde as primeiras horas do cessar-fogo, famílias inteiras têm se deslocado a pé ou utilizando os poucos veículos ainda operacionais — como carroças puxadas por animais, bicicletas e motocicletas.

Muitos que chegaram encontraram suas casas completamente destruídas e precisaram montar tendas improvisadas sobre os escombros.


Comentário no post: “Hamas rejeita desarmamento proposto por Trump em plano de paz para Gaza

  1. Alguém ou algum país que fornece armas ao Hamas, não quer saber de paz entre esse grupo e israelenses …
    Isso significa mais conflito numa guerra sem fim.

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