O presidente dos Correios, Fabiano Silva, pediu demissão do cargo. A carta de renúncia foi entregue por ele a auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, enquanto o chefe do Executivo cumpre agenda no Rio de Janeiro.
Segundo aliados, a permanência de Fabiano à frente dos Correios tornou-se insustentável diante de uma crescente pressão política, especialmente do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que desde o início do terceiro mandato de Lula tenta emplacar um aliado na presidência da estatal.
Atualmente, os Correios estão subordinados ao Ministério das Comunicações, chefiado por Juscelino Filho, também do União Brasil.
A saída de Fabiano Silva ocorre em meio a uma ofensiva do União Brasil por mais espaço no governo.
Além dos Correios, a legenda também tem pressionado por mudanças na presidência do Banco do Brasil, como parte das negociações políticas com o Palácio do Planalto.
Pessoas próximas ao agora ex-presidente dos Correios afirmam que, além das pressões políticas, questões de saúde também pesaram na decisão de Silva de deixar o comando da empresa.
Fabiano Silva deixa o cargo após os Correios registrarem o pior déficit entre as estatais federais em 2024.
No primeiro trimestre deste ano, a empresa teve um prejuízo de R$ 1,7 bilhão.
Apesar do desempenho negativo, Silva afirmou a interlocutores que sua saída não tem relação com os resultados financeiros da companhia.
Segundo ele, o rombo bilionário é consequência de uma medida adotada pelo próprio governo federal em 2023, que passou a cobrar uma taxa de importação sobre produtos adquiridos por plataformas estrangeiras, especialmente varejistas chinesas — iniciativa apelidada de “taxa das blusinhas”.
De acordo com Silva, a mudança impactou diretamente o volume de encomendas e a arrecadação da estatal.
Lucro dos CORREIOS no governo Bolsonaro: 3,7bi;
Prejuízo no governo Lula: 2,6bi.
O presidente da entidade abandonou essa canoa furada antes do naufrágio, ou seja, até 2026, o prejuízo deve chegar à ‘insignificante’ cifra de 4,5bi…