Lançado com a promessa de democratizar o transporte aéreo no Brasil, o programa Voa Brasil teve baixa adesão em seu primeiro ano de funcionamento.

De julho de 2024 até julho deste ano, apenas cerca de 45 mil passagens foram vendidas, o que representa 1,5% do total de três milhões de bilhetes ofertados.
A iniciativa, voltada inicialmente a aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que não viajaram de avião nos últimos 12 meses, oferece passagens aéreas por até R$ 200.
A proposta do governo é preencher assentos ociosos em voos com baixa taxa de ocupação, especialmente em períodos de menor demanda.
De acordo com dados do Ministério de Portos e Aeroportos, os destinos mais procurados pelos beneficiários foram: São Paulo; Rio de Janeiro e Recife.
Outras cidades também figuraram entre os destinos preferidos dos aposentados, como Fortaleza (CE), Salvador (BA), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Belo Horizonte (MG) e Natal (RN).
As regiões Sudeste e Nordeste concentraram a maioria das reservas, com 43% e 40% do total, respectivamente.
Ao todo, os usuários do programa utilizaram 510 trechos aéreos distintos. As rotas mais movimentadas envolveram voos entre São Paulo e capitais nordestinas como Recife, Salvador, Maceió, Fortaleza e João Pessoa.
O levantamento também identificou trechos de longa distância — como Porto Alegre/Recife e São Paulo/Fernando de Noronha — e rotas mais curtas, como a ponte aérea Rio/São Paulo e voos dentro de um mesmo estado, como Salvador/Porto Seguro.
O Voa Brasil foi anunciado pela primeira vez em março de 2023, pelo então ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB). No entanto, ele deixou o cargo antes de tirar a proposta do papel.
A missão ficou com seu sucessor, o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos), que assumiu o ministério em setembro daquele ano e afirmou, em dezembro, que o programa começaria a operar apenas em 2024.
O Voa Brasil não gera custos diretos ao orçamento federal. O governo firmou acordos com as companhias aéreas para que disponibilizem os bilhetes a preços reduzidos aos aposentados que não voaram no último ano.
A justificativa é de que esses passageiros ocupariam lugares que, de outra forma, ficariam vazios nos voos.
Apesar da baixa adesão inicial, o governo federal considera que o programa tem potencial de expansão, especialmente com o acréscimo de novos públicos e melhorias operacionais a serem avaliadas ao longo do tempo.






