O mais recente Boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), acende um alerta para o Maranhão. O estado aparece entre as unidades da Federação com alto risco de incidência da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com tendência de crescimento nas últimas seis semanas.

Os dados analisados correspondem ao período entre 11 e 17 de maio de 2025 (Semana Epidemiológica 20). Segundo o documento, o Maranhão apresenta uma taxa elevada de probabilidade de crescimento de casos, ultrapassando os 95%.

Em São Luís, capital do estado, o cenário também é preocupante: a cidade figura na lista de capitais brasileiras com nível de atividade de SRAG classificado como alerta, risco ou alto risco, com sinais de crescimento sustentado ao longo das últimas semanas.

De acordo com a Fiocruz, o aumento nos casos está associado, principalmente, à circulação dos vírus influenza A e do vírus sincicial respiratório (VSR), que têm impactado sobretudo as crianças pequenas.

As internações nesse grupo seguem em alta em diversos estados das regiões Centro-Sul, Nordeste e Norte do país, incluindo o Maranhão.

CRESCIMENTO NACIONAL DA SRAG

Em todo o Brasil, o boletim aponta crescimento de SRAG tanto nas tendências de curto quanto de longo prazo.

Entre os 27 estados, 18 apresentam níveis de alerta, risco ou alto risco com tendência de alta, o que revela uma situação epidemiológica delicada.

A análise nacional mostra que, nas últimas quatro semanas epidemiológicas, 39,2% dos casos positivos de SRAG foram causados pela influenza A, enquanto o VSR respondeu por 45%.

Já a influenza B teve baixa presença, com 0,8%, e o vírus da Covid-19 (Sars-CoV-2) foi responsável por 1,6% dos casos. O rinovírus representou 17,7% das infecções.

No que diz respeito à mortalidade, a influenza A lidera com 74,6% dos óbitos entre os casos confirmados.

O VSR foi responsável por 13% das mortes, seguido pelo rinovírus (9,7%), Sars-CoV-2 (4,2%) e influenza B (0,8%).

Em 2025, o Brasil já notificou 103.108 casos de SRAG, dos quais 51,3% tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Destes, 25,7% foram causados por influenza A.

CAPITAIS EM ALERTA

Além de São Luís, outras 13 capitais brasileiras apresentam os mesmos níveis de atenção e tendência de crescimento nas últimas seis semanas: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Teresina (PI).

Apesar do aumento expressivo, o Boletim também identifica sinais iniciais de estabilização ou queda nas internações de crianças pequenas em alguns estados das regiões Centro-Oeste e Sudeste, como Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Espírito Santo, além do Tocantins, que também apresentaram tendência de redução nas hospitalizações causadas por influenza A e VSR. No entanto, o número de internações ainda é considerado alto.

IMPACTO MAIOR EM CRIANÇAS E IDOSOS

A Fiocruz destaca que a SRAG tem atingido especialmente crianças pequenas, grupo que concentra o maior número de internações.

Já entre os óbitos, as faixas etárias mais afetadas são justamente os extremos: crianças pequenas e idosos.

Entre os adultos, jovens e idosos, a influenza A permanece como a principal causa de internações, com destaque para a população idosa, que também registra o maior número de mortes.


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