O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta segunda-feira (9), em Lyon, na França, de uma cerimônia na sede da Interpol, onde formalizou a assinatura de uma Declaração de Intenções entre o Brasil e a organização policial internacional. Durante o discurso, Lula destacou que o crime organizado atua hoje como uma “empresa multinacional”, representando um dos maiores desafios contemporâneos para as forças de segurança ao redor do mundo.

Segundo o presidente, a criminalidade transnacional tem se expandido em velocidade inédita, impulsionada pela tecnologia e pela globalização. “Não enfrentamos mais simples quadrilhas. São estruturas que se infiltram em empresas, na política, no Judiciário, no futebol e até na cultura. É como um polvo de muitos tentáculos tentando dominar tudo o que está fora da lei”, afirmou.
O acordo assinado pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e pelo secretário-geral da Interpol, Valdecy Urquiza, prevê o reforço da cooperação internacional no combate ao crime organizado, a modernização tecnológica das forças de segurança na América Latina e a proteção dos direitos humanos nas ações policiais. Lula enfatizou a importância de sufocar o financiamento dessas organizações, com foco especial no combate à lavagem de dinheiro.

Durante o evento, Lula foi homenageado com a medalha da Interpol, concedida a líderes com contribuição destacada no combate ao crime transnacional. Em retribuição, condecorou Valdecy Urquiza com a Ordem de Rio Branco, no grau de Grande Oficial. Primeiro brasileiro a comandar a Interpol, o maranhense Urquiza foi elogiado por representar o protagonismo do Brasil na segurança pública global.