Antes da proibição do CNJ, o Judiciário acelerou o pagamento de benefícios retroativos e desembolsou R$ 1,1 bilhão no primeiro trimestre de 2025. É o maior valor já registrado para esse tipo de gasto.

O total é quase o dobro do que foi pago no mesmo período do ano passado, que foi de R$ 590 milhões, corrigidos pela inflação. A liberação dos pagamentos aconteceu pouco antes de o Conselho Nacional de Justiça impedir novas concessões administrativas desse tipo de benefício, no fim de maio.
Com a alta dos retroativos, os chamados penduricalhos também bateram recorde. Entre janeiro e março deste ano, juízes receberam R$ 4,5 bilhões em adicionais, o que elevou a média salarial líquida para R$ 72 mil por mês.
Um levantamento da Transparência Brasil mostra que, desde 2018, o Judiciário já gastou mais de R$ 10 bilhões com retroativos. A maioria dos juízes recebeu esses pagamentos, e mais de 1.600 deles ganharam acima de R$ 500 mil só com esse tipo de benefício.
O CNJ agora exige que novos retroativos só sejam pagos após decisão judicial definitiva. Mesmo assim, especialistas consideram a medida limitada, já que os benefícios reconhecidos antes da nova regra continuam valendo.