O mundo atravessa um fim de semana de tensão após ataques realizados por Israel contra o Irã, reacendendo o temor de uma nova guerra no Oriente Médio.
Desde a noite da última quinta-feira (12), no horário de Brasília, forças israelenses bombardearam instalações militares, cidades estratégicas e até centrais nucleares em território iraniano.
O Irã respondeu com retaliações, e cresce o receio de uma escalada que pode levar ao uso de armas nucleares e ao alastramento do conflito para outras regiões.
O embate entre os dois países está enraizado em décadas de rivalidade e disputas por influência regional. De um lado, Israel, cercado por nações hostis e envolvido em uma ofensiva militar duradoura contra a Faixa de Gaza, é acusado internacionalmente de promover ações que configuram genocídio contra os palestinos.
De outro, o Irã, nação de maioria xiita, há décadas apoia financeiramente e militarmente grupos considerados inimigos de Israel, como o Hamas, o Hezbollah e milícias no Iraque e no Iêmen.
O recente ataque israelense ocorre em meio a uma conjuntura geopolítica delicada. Israel aproveitou um momento de fragilidade do Irã, após sucessivos golpes que enfraqueceram sua capacidade de resposta, incluindo ações militares israelenses contra aliados estratégicos do país persa e até a morte do presidente iraniano em um acidente de helicóptero em 2024.
Com o Irã enfraquecido, Israel mira debilitar ainda mais o chamado “eixo de resistência”, aliança que inclui diversos grupos islâmicos apoiados por Teerã.
Os bombardeios desta semana miraram pontos estratégicos como fábricas de armamentos e instalações nucleares, resultando na morte de cientistas e militares iranianos de alto escalão.
A ofensiva ocorreu um dia após o Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovar uma resolução que acusa o Irã de não cumprir obrigações de transparência relacionadas ao seu programa nuclear.
A AIEA afirma que o país acumula 400 quilos de urânio enriquecido a 60%, um nível próximo ao necessário para a fabricação de armas atômicas. A votação da resolução foi apertada, com 19 dos 35 membros favoráveis.
Israel justificou os bombardeios dizendo que Teerã estaria desenvolvendo armas nucleares que poderiam ser usadas contra seu território.
O Irã nega, afirmando que seu programa atômico tem fins pacíficos, como a produção de energia e radioisótopos para uso na medicina.
A nação persa também contestou a resolução da AIEA, acusando a agência de agir com motivação política sob influência de potências ocidentais aliadas de Israel.
O Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e alega que nunca descumpriu o acordo.
Por outro lado, Israel nunca aderiu ao tratado e mantém sua capacidade nuclear sob sigilo. Estimativas extraoficiais indicam que Israel possua cerca de 200 ogivas nucleares.
Com os dois países trocando acusações e intensificando ataques, a possibilidade de uma guerra de grandes proporções preocupa a comunidade internacional.
O risco de que o conflito se amplie para além das fronteiras do Oriente Médio e envolva armamentos de destruição em massa mantém o planeta emestado de alerta.