Morreu na noite deste sábado (14), aos 88 anos, o sambista Ubirajara Félix do Nascimento, conhecido como Bira Presidente, uma das figuras mais emblemáticas da história do samba brasileiro. Ele estava internado no Hospital da Unimed Ferj, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e faleceu às 23h55 em decorrência de complicações causadas pelo Alzheimer e por um câncer de próstata.
Bira deixa duas filhas, Karla Marcelly e Christian Kelly, além dos netos Yan e Brian e da bisneta Lua. As informações sobre velório e sepultamento ainda não foram divulgadas.
Fundador do Grêmio Recreativo Cacique de Ramos, criado em 1961, Bira presidiu o bloco desde sua fundação até os últimos dias de vida. Foi também um dos criadores do grupo Fundo de Quintal, ícone do samba de raiz, que revolucionou o gênero ao incorporar novos instrumentos, como o banjo e o tantã.
Nascido em 1937, Bira foi introduzido ao samba ainda na infância, influenciado pelo pai, Seu Domingos. Ao longo da juventude, conviveu com grandes nomes do gênero, como Pixinguinha, Donga, João da Baiana e Carlos Cachaça. Nos anos 1970, participou do show que deu origem ao grupo Fundo de Quintal, ao lado de Almir Guineto, Jorge Aragão, Sombrinha, Ubirany, Sereno e Neoci. O espetáculo, chamado “Samba é no fundo de quintal”, daria nome ao primeiro disco da formação, lançado em 1980.
Desde a madrugada, sambistas e artistas de diferentes gerações prestam homenagens ao músico. O Cacique de Ramos destacou em nota: “Hoje nos despedimos daquele que é o próprio Cacique. Bira construiu uma trajetória marcada pela firmeza, pela ética e pela contribuição inestimável ao samba e à cultura popular brasileira.”
Artistas como Belo, Xande de Pilares e Marcelo D2 também se manifestaram nas redes sociais. “Descanse em paz, nosso presida amado!”, escreveu Belo. “Obrigado, mestre. Descanse em paz”, disse Marcelo D2.