Um atentado ocorrido neste domingo (22) deixou ao menos 20 mortos e 52 feridos na Igreja Ortodoxa Grega Mar Elias, localizada em Dweil’a, nos arredores de Damasco, capital da Síria.

A explosão aconteceu durante uma celebração religiosa e foi causada por um homem-bomba que, segundo o governo sírio, pertencia ao grupo extremista Estado Islâmico.

De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos — entidade com sede no Reino Unido que monitora o conflito no país — e com autoridades locais de saúde e segurança ouvidas pela agência Reuters, o número de vítimas pode aumentar. A Associated Press informou ainda que há crianças entre os atingidos.

Segundo o Ministério do Interior da Síria, o terrorista entrou na igreja armado, abriu fogo contra os fiéis e, em seguida, acionou os explosivos que carregava em um colete.

O ato marcou o primeiro atentado suicida em Damasco desde a queda do ex-presidente Bashar al-Assad, deposto por uma insurgência liderada por forças islâmicas no fim de 2024.

REPERCUSSÃO INTERNACIONAL 

O atentado ocorre em meio ao frágil processo de transição política na Síria, agora sob a liderança de Ahmed al-Sharaa, que assumiu o poder em janeiro após a queda de Assad.

O governo de transição tem buscado apoio de minorias religiosas em um país ainda devastado pela guerra e por décadas de repressão.

O Ministério das Relações Exteriores da Grécia condenou veementemente o ataque:

“Condenamos inequivocamente o abominável atentado terrorista suicida na Igreja Ortodoxa Grega Mar Elias, em Damasco”, disse o governo grego, exigindo providências das autoridades sírias para garantir a segurança das comunidades religiosas.

Ahmed al-Sharaa, que liderou as forças rebeldes antes de assumir a presidência, tem afirmado publicamente seu compromisso com a proteção das minorias religiosas.

No entanto, o ataque deste domingo evidencia o desafio crescente imposto por possíveis células adormecidas de grupos extremistas, como o Estado Islâmico.

Este não é o primeiro ataque do grupo contra minorias religiosas na Síria. Em 2016, durante o governo Assad, um atentado em Sayeda Zainab matou dezenas de peregrinos xiitas — episódio que permanece como um dos mais letais do conflito sírio.


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