O Ministério da Agricultura e Pecuária descartou três das seis suspeitas recentes de gripe aviária (H5N1) que estavam sob investigação no Brasil. As informações foram apresentadas em coletiva de imprensa pelo ministro Carlos Fávaro e pelo secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.
Segundo o ministério, os casos descartados ocorreram em propriedades de produção familiar para subsistência localizadas em Gracho Cardoso (SE), Nova Brasilândia (MT) e Triunfo (RS). Os exames laboratoriais confirmaram que não se tratava da doença.
Outras três suspeitas continuam em análise, sendo duas delas em granjas comerciais — uma em Aguiarnópolis (TO) e outra em Ipumirim (SC).
A terceira está em uma criação familiar em Estância Velha (RS). Além disso, há ainda o caso registrado em Salitre (CE), também em produção doméstica, que segue sob investigação.
Na última quinta-feira (15), o Brasil confirmou seu primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial, localizada em Montenegro (RS).
O episódio levou à suspensão temporária das exportações de carne de frango por países como China, União Europeia e Argentina.
CONSUMO DE FRANGO E OVOS SEGUE SEGURO
Durante a coletiva, o ministério reforçou que não há risco para o consumo de carne de frango ou ovos. O vírus H5N1 é eliminado com o cozimento dos alimentos, o que garante a segurança alimentar da população.
Desde a chegada do vírus ao Brasil, em 15 de maio de 2023, foram registradas 2.883 notificações de aves com sintomas
respiratórios e neurológicos suspeitos. Desse total, 166 casos foram confirmados como gripe aviária, o equivalente a cerca de 5% das investigações.
Dos focos confirmados, 162 ocorreram em aves silvestres, 3 em criações de subsistência e apenas 1 em granja comercial — justamente o de Montenegro (RS).
Brasil busca retomar status sanitário
O ministro Carlos Fávaro destacou que o país precisa cumprir um prazo de 28 dias sem novos focos para recuperar o status de livre da gripe aviária.
Esse período começa a ser contado a partir da desinfecção completa do foco identificado em Montenegro.
Durante esse intervalo, o Rio Grande do Sul intensificou as ações de vigilância, com a instalação de barreiras sanitárias e vistorias em propriedades rurais, para conter o avanço do vírus e garantir a segurança da cadeia produtiva.
Se não houver novas ocorrências até o fim do prazo, o Brasil poderá retomar as exportações de frango normalmente, sem restrições comerciais.