O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial de sete dias no Brasil em homenagem ao Papa Francisco, falecido nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, no Vaticano. O pontífice argentino Jorge Mario Bergoglio liderou a Igreja Católica por quase 12 anos e se tornou uma das figuras mais marcantes do cenário religioso e social global.

Primeiro papa latino-americano e jesuíta da história, Francisco foi escolhido em 13 de março de 2013, durante o conclave que sucedeu a renúncia de Bento XVI. Ao longo de seu pontificado, destacou-se por sua simplicidade, defesa dos pobres e firme posicionamento em temas como justiça social, meio ambiente e direitos humanos.

Na nota oficial, Lula afirmou que a humanidade perde “uma voz de respeito e acolhimento ao próximo”, destacando que Francisco propagou o amor, a tolerância e a solidariedade em sua trajetória. “Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio”, disse o presidente.

Lula também destacou o compromisso do Papa com as mudanças climáticas, a crítica aos modelos econômicos injustos e sua defesa dos mais vulneráveis. “Sempre se colocou ao lado dos pobres, refugiados, jovens, idosos e vítimas de guerras e preconceitos”, escreveu, relembrando ainda os encontros que ele e a primeira-dama Janja tiveram com o líder religioso. “O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações.”

Janja da Silva também se manifestou. “Francisco era uma fortaleza, um farol em meio às trevas. Um papa latino, simples, que sempre esteve ao lado dos mais pobres e vulneráveis”, disse. Ela recordou ainda palavras ditas pelo pontífice em seu último encontro com ela: “O único momento em que devemos olhar para alguém de cima para baixo é para dar a mão e ajudar a se reerguer.”

Repercussão no meio político

Diversas autoridades e políticos brasileiros lamentaram a perda do pontífice:

– O ex-presidente Jair Bolsonaro destacou o valor espiritual do papado e disse que a morte de Francisco é um convite à renovação da fé.
– O ministro do STF, Flávio Dino, relembrou trechos da encíclica “Fratelli Tutti” e saudou Francisco como um exemplo de fraternidade e amor social.
– O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse que a experiência de assistir a uma missa celebrada por Francisco em 2019 lhe deixou “uma marca profunda”.
– O presidente da Câmara, Hugo Motta, classificou Francisco como o “papa da transformação” e símbolo de inclusão e diálogo.
– A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, lembrou que a fé de Francisco caminhava junto com a justiça social.
– O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o Papa liderou com humildade e amor.
– O ministro da Educação, Camilo Santana, agradeceu pelos ensinamentos deixados.
– O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o descreveu como um líder que apontou caminhos para uma sociedade mais fraterna.
– A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, destacou a luta de Francisco pelas causas humanitárias e climáticas.
– A ministra do Planejamento, Simone Tebet, lembrou de um encontro em 2017, em Cartagena, que lhe trouxe “profunda paz”.
– O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recordou o apoio do Papa ao SUS durante a pandemia e sua defesa das vacinas.
– O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, definiu Francisco como símbolo de uma Igreja próxima dos vulneráveis.
– O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, o chamou de “pastor da paz, justiça e dignidade humana”.
– O líder do governo na Câmara, José Guimarães, afirmou que Francisco foi um “líder humanista”.
– O presidente da Câmara, Arthur Lira, ressaltou o legado de amor ao próximo deixado pelo Papa.
– A deputada Duda Salabert classificou Francisco como “uma das vozes mais humanas da fé”.
– A Frente Parlamentar Católica da Câmara, presidida pelo deputado Luiz Gastão (PSD-CE), publicou uma nota extensa em que exaltou o pontificado de Francisco como expressão da misericórdia e fidelidade ao chamado de Deus. “Francisco compreendeu que a autoridade reside na coerência de uma vida ofertada”, afirmou o texto.

Legado de um pontificado marcante

O Papa Francisco será lembrado por seu esforço em aproximar a Igreja Católica das realidades contemporâneas, promovendo a inclusão, a solidariedade e a esperança. Seu pontificado também será marcado por uma liderança espiritual que foi além das fronteiras da religião, tocando corações e mobilizando consciências em todo o mundo.

Com sua partida, a Igreja Católica inicia os ritos funerários e se prepara para o Conclave que elegerá seu sucessor. Enquanto isso, milhões de fiéis se unem em oração pela alma daquele que conduziu a barca de Pedro com compaixão, coragem e fé.


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