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Com a morte do Papa Francisco, anunciada nesta segunda-feira, 21, o Vaticano deu início ao protocolo solene que marcará a despedida do líder da Igreja Católica. O funeral do pontífice seguirá o “Ordo Exsequiarum Romani Pontificis”, manual litúrgico que orienta cada etapa das cerimônias fúnebres e que passou por sua última revisão em novembro de 2024, justamente sob a supervisão e aprovação do próprio Francisco.

Papa Francisco

Entre as mudanças desta nova edição, a constatação oficial da morte agora ocorre na capela privada do papa — e não mais em seu quarto, como era tradição. Também foi eliminado um dos gestos mais simbólicos (e lendários) do processo: o toque do martelo de prata sobre a testa do pontífice pelo camerlengo, usado antigamente para confirmar o falecimento.

Outro pedido pessoal de Francisco foi a simplificação do ritual funerário: ao contrário de seus antecessores, ele será sepultado em um único caixão de madeira revestido internamente com zinco, substituindo o tradicional conjunto de três urnas — de cipreste, chumbo e carvalho.

Nove dias de cerimônias e despedidas

O período de luto no Vaticano será marcado por nove dias consecutivos de orações e celebrações litúrgicas, conhecidas como “novendiali”. O sepultamento do Papa Francisco deve ocorrer entre o quarto e o sexto dia após sua morte, conforme previsto na Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, documento assinado por João Paulo II em 1996 que detalha o processo de transição até a escolha do novo papa.

Enquanto isso, o Colégio Cardinalício, liderado pelo camerlengo — atualmente o cardeal Kevin Joseph Farrell — assume a administração interina do Vaticano. É ele quem supervisiona todos os procedimentos, incluindo o lacre do escritório papal, a notificação formal aos chefes de Estado e a organização das homenagens públicas.

Milhares são esperados no Vaticano

A expectativa é de que fiéis do mundo todo viagem até Roma para prestar as últimas homenagens a Francisco. Após ser velado inicialmente na Sala Clementina — espaço reservado à comunidade vaticana —, o corpo será transferido para a Basílica de São Pedro, onde permanecerá exposto até o dia do funeral.

Ainda não se sabe se o número de visitantes repetirá as multidões vistas em 2005, quando cerca de 3 milhões de pessoas passaram pela basílica para se despedir de João Paulo II, ou os 200 mil que estiveram no Vaticano em 2022 para o funeral do papa emérito Bento XVI.

O Vaticano também já se prepara para uma grande cobertura midiática. Canais de televisão do mundo inteiro deverão transmitir a cerimônia, que marcará não apenas o adeus a um dos papas mais influentes do século XXI, mas também o início do período conhecido como Sede Vacante, até a escolha do próximo sucessor de Pedro.

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