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Um acervo com 150 registros sobre condutas consideradas criminosas e negacionistas na gestão da pandemia de Covid-19 no Brasil pode embasar ações judiciais movidas por familiares de vítimas em busca de reparação.

Chamado de Acervo da Pandemia, o projeto é uma iniciativa do Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (Sou Ciência), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com a Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico).

Oficialmente lançado em março, o acervo reúne documentos, vídeos, áudios e reportagens que detalham decisões e omissões ao longo dos 17 meses mais críticos da pandemia no país, período que vitimou cerca de 712 mil brasileiros. Outros 100 registros estão em fase de análise para futura inclusão na plataforma.

Segundo Rosângela Oliveira Silva, presidente da Avico, o acervo oferece um conjunto robusto de fatos que evidenciam a responsabilidade do Estado Brasileiro no enfrentamento da crise sanitária.

Todo o material foi coletado e curado por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores, que descrevem o cenário registrado como a formação de um “necrossistema da pandemia” — um conjunto de instituições e agentes que atuaram de maneira coordenada para controlar a vida e a morte da população, segundo definição do grupo.

Além de preservar a memória coletiva, o acervo também poderá servir para a formulação de novas políticas públicas nas áreas de saúde, assistência e previdência, fundamentadas nas evidências reunidas.

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