Um parecer emitido pela Diretoria de Licenciamento Ambiental (Dilic) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autoriza a Petrobras a realizar a desincrustação de coral-sol da sonda ODN II NS-42. O navio foi destacado para a perfuração de um poço exploratório no bloco FZA-M-59, localizado na bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira.

A decisão foi comemorada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que afirmou em nota que a autorização representa “um passo fundamental para que a companhia obtenha a licença ambiental necessária para avançar com a atividade exploratória de forma responsável e sustentável”. Alcolumbre destacou ainda que a exploração de petróleo na Margem Equatorial deve impulsionar o desenvolvimento econômico e a geração de empregos na região Norte do Brasil.
Apesar do avanço, a perfuração do poço na Foz do Amazonas ainda depende da concessão da licença ambiental pelo Ibama. O pedido está em fase de reanálise pelo órgão.
Potencial de produção na Margem Equatorial
A exploração petrolífera na Margem Equatorial brasileira é vista como uma grande oportunidade para o setor energético. Segundo Allan Kardec Duailibe, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e presidente da Companhia Maranhense de Gás (Gasmar), a liberação do Ibama é um bom sinal para a obtenção da autorização definitiva para a perfuração do poço no Amapá e na Margem Equatorial.
João Correa, country manager da TGS no Brasil, empresa especializada em pesquisas sísmicas, reforçou a importância da aquisição de conhecimentos geológicos na região. Segundo ele, dados sísmicos indicam a existência de grandes estruturas propensas à acumulação de hidrocarbonetos, com estimativas que variam entre 20 bilhões e 30 bilhões de barris de petróleo. Correa enfatiza que a perfuração de poços será fundamental para confirmar esse potencial e impulsionar o mercado.
Cynthia Silveira, diretora-geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), destacou que a confirmação das reservas e do potencial de produção permitirá que as empresas se organizem para iniciar a fase de exploração. Ela também enfatizou a necessidade de que os estados se preparem para receber a atividade petrolífera, garantindo infraestrutura e regulação adequadas para o desenvolvimento do setor.