O Bolsa Família encerrou 2024 com uma redução de 1,2% no número de beneficiários em relação ao ano anterior. Desde o início do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o programa registrou uma queda acumulada de 3,7% nas famílias atendidas.
O governo federal atribui a redução a um processo de revisão cadastral, ainda em andamento, para eliminar beneficiários irregulares. Segundo o Ministério da Fazenda, a meta é cortar R$ 2 bilhões anuais em despesas com o programa até 2026, o que demandaria a exclusão de cerca de 246 mil famílias.
O Bolsa Família fechou 2024 com um custo anual de R$ 170 bilhões, resultado do aumento no número de beneficiários nos últimos anos e da elevação do valor médio do benefício, que subiu de R$ 191 em 2020 para R$ 676 em 2024.
Especialistas apontam que a redução no programa é necessária para ajudar a equilibrar as contas públicas. O economista Ecio Costa, da Universidade Federal de Pernambuco, destaca a importância de parcerias com estados para intensificar a fiscalização dos cadastros e eliminar fraudes.
Apesar da necessidade de ajustes, analistas acreditam que cortes mais profundos no programa enfrentam resistência política. Segundo o economista Daniel Duque, do FGV Ibre, grandes reduções no número de beneficiários podem impactar negativamente a popularidade do governo.
O governo também enfrenta o desafio de reduzir o número de famílias unipessoais, que somavam 4,1 milhões em dezembro de 2024. Especialistas identificam esse grupo como o mais suscetível a irregularidades.