Na semana passada, a Meta atualizou sua política de conduta nas redes sociais Facebook, Instagram e Threads, gerando preocupação entre especialistas e grupos de direitos humanos.

A flexibilização das regras agora permite a circulação de conteúdos que antes eram proibidos, incluindo afirmações potencialmente ofensivas e excludentes dirigidas a mulheres e pessoas LGBTQIA+.

A medida foi divulgada no mesmo dia em que Mark Zuckerberg anunciou o fim do programa de checagem de fatos nas plataformas.

Entre as críticas, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), no Brasil, classificou a mudança como um retrocesso no combate à intolerância online.

O que muda na prática?

De acordo com as novas diretrizes, postagens contendo as seguintes declarações deixam de ser moderadas:

Ataques às pessoas LGBTQIA+

Chamar pessoas LGBTQIA+ de “doentes mentais”, “anormais” ou “esquisitos” agora é permitido dentro de contextos políticos, religiosos ou informais.

Exclusão de espaços e atividades

Discriminação de mulheres ou pessoas LGBTQIA+ em esportes, banheiros, escolas e outros espaços restritos por gênero ou sexo.

Limitações em profissões

Defender que mulheres ou pessoas LGBTQIA+ não podem ocupar cargos em áreas como polícia, Exército ou ensino, desde que a alegação esteja fundamentada em crenças religiosas.

Ofensas no debate político ou religioso

Uso de linguagem ofensiva ao discutir direitos de minorias, imigração ou temas religiosos.

CONDUTAS RETIRADAS DA LISTA DE PROIBIÇÕES

Além das permissões adicionais, a Meta removeu trechos importantes da lista de comportamentos considerados inaceitáveis, como:

– Comparar mulheres a “objetos domésticos” ou “propriedades”.

– Declarar-se abertamente intolerante a outros grupos (ex.: afirmar ser “homofóbico” ou “racista”).

– Usar pronomes ofensivos ao se referir a pessoas transgênero ou não binárias, como o pronome neutro “it” em inglês, que possui conotação pejorativa.

REPERCUSSÃO E IMPLICAÇÕES LEGAIS

Especialistas temem que as plataformas da Meta se tornem ambientes ainda mais hostis para grupos vulneráveis.

No Brasil, a legislação continua considerando racismo, homofobia e transfobia como crimes inafiançáveis e imprescritíveis, com penas que podem variar de dois a cinco anos de prisão.

Grupos de direitos humanos também manifestaram preocupação com o impacto da retirada do programa de checagem de fatos.

Segundo a Antra, isso pode contribuir para a disseminação de fake news e fortalecer discursos preconceituosos nas plataformas.


3 comentário(s) on “Confira quais xingamentos e ataques podem deixar de ser barrados no Instagram e Facebook

    1. A Internet precisa sim de uma regulamentação, é inaceitável que as pessoas sejam dominadas por tanta desinformação e fake news. A Extrema direita alimenta a sociedade com mentiras , porque sem o uso das fake news ela desaparece.

  1. O que a Direita quer é *LICENÇA PARA ATACAR” fazendo alusão ao filme Licença para Matar. Daqui a pouco eles vão pedir permissão a justiça para continuar matando quando da liberação das Armas.

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