A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feira (6), cinco integrantes da facção criminosa Família Terror, suspeita de pagar propinas para obter decisões judiciais favoráveis no Amapá. A operação, batizada de Cidade das Esmeraldas, também incluiu a busca e apreensão de documentos na residência do juiz João Teixeira de Matos Júnior, titular da Vara de Execuções Penais de Macapá, investigado por envolvimento no esquema.
De acordo com a investigação, advogados ligados à facção atuavam como intermediários, repassando valores a servidores do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) e ao magistrado, que concedia decisões favoráveis a apenados. Há evidências de que atestados médicos falsificados foram utilizados para justificar liberações de presos, muitas vezes sem manifestação do Ministério Público do Amapá.
As ações foram conduzidas pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), com apoio da Procuradoria-Geral de Justiça do Amapá. Mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva foram cumpridos em cinco estados: Amapá, Pará, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.
Ligação com facção nacional
A Família Terror é uma facção local com atuação no Amapá, Pará e Rondônia, associada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O grupo já havia sido alvo da Operação Queda da Bastilha em 2022, que revelou um esquema de corrupção envolvendo advogados, membros da facção e servidores públicos.
Os presos na operação poderão responder por corrupção ativa e passiva, além de organização criminosa, com penas que podem ultrapassar 20 anos de prisão.