Por Prof. Dr. Walter Canales – Reitor da UEMA
A internacionalização desponta como um dos pilares estratégicos para o fortalecimento das universidades contemporâneas. Recentemente, participei de uma missão da Associação Brasileira de Reitores e Reitoras das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM) na Colômbia, onde foram estabelecidas conexões com diversas instituições de ensino superior daquele país, promovendo um diálogo promissor entre nossas realidades acadêmicas.
A Colômbia apresenta semelhanças notáveis com o Brasil, não apenas em termos geográficos e climáticos, mas também no que diz respeito à diversidade étnica e cultural, manifestada de forma vibrante na música, na gastronomia e nas tradições populares. Um exemplo marcante é o célebre carnaval de Barranquilla, frequentemente reconhecido como o segundo maior do mundo. Esses elementos culturais refletem a riqueza simbólica que aproxima nossos povos, constituindo um terreno fértil para o intercâmbio acadêmico e científico.
Nos últimos anos, a internacionalização tem emergido como um indicador fundamental de qualidade acadêmica, especialmente nos programas de pós-graduação *stricto sensu* (mestrado e doutorado). Esse processo transcende a ideia de as universidades “romperem seus muros” para se integrarem à sociedade local: trata-se de uma convocação para que elas se conectem também às redes globais de ensino e pesquisa.
Essa integração pode ocorrer de diversas formas, incluindo intercâmbios de estudantes e docentes, desenvolvimento de pesquisas conjuntas em programas de mestrado e doutorado e outras iniciativas, como cursos de curta duração voltados ao aprendizado de línguas ou aulas espelhadas, que promovem uma interação acadêmica transnacional.
Os benefícios dessas experiências são inegáveis. A vivência internacional, especialmente em períodos formativos, amplia horizontes, fomenta novas perspectivas e estimula o amadurecimento intelectual e pessoal. Além disso, muitos retornam com uma apreciação renovada por sua própria cultura e raízes. Essa dialética entre o “local” e o “global” fortalece tanto os indivíduos quanto as instituições de ensino.
Por que, então, firmar parcerias com universidades da Colômbia? Experiências prévias de cooperação com países do hemisfério sul indicam maior eficácia em convênios que abrangem um número expressivo de estudantes e professores. A proximidade linguística proporcionada pelo espanhol, somada às afinidades culturais, favorece a construção de parcerias sólidas e produtivas. As universidades colombianas, muitas delas bicentenárias, representam um patrimônio acadêmico significativo, oferecendo uma interlocução qualificada e estratégica.
A concretização dessas parcerias potencializa não apenas o avanço da pesquisa e da pós-graduação, mas também o fortalecimento dos indicadores institucionais e a valorização dos nossos quadros docentes e discentes. Contudo, para que essas iniciativas transcorram de maneira efetiva, é indispensável sensibilizar a comunidade acadêmica sobre as oportunidades que se abrem no cenário internacional. Além disso, cabe à UEMA e ao seu mantenedor, o Governo do Estado, viabilizar mecanismos de suporte financeiro e logístico que sustentem tais empreendimentos.
Vale destacar que, no último dia 22 de novembro, a UEMA recebeu uma delegação da Hubei University (China), representada pela Escola de Ciências da Vida, com objetivos similares de estabelecer parcerias acadêmicas que promovam a internacionalização. Tais iniciativas reforçam a relevância desse movimento, que transcende fronteiras e fortalece nossa inserção no contexto global.
Resta-nos, portanto, o desafio de transformar intenções em ações concretas, construindo um futuro em que a internacionalização seja um eixo estruturante do desenvolvimento acadêmico e científico de nossas instituições.