-->

Um levantamento inédito dos Cartórios de Registro Civil revelou que mais de 1.200 crianças e adolescentes de até 17 anos perdem, anualmente, pelo menos um dos pais no Maranhão.

Em todo o Brasil, esse número ultrapassa 44 mil crianças e adolescentes órfãos por ano.

A pesquisa, realizada entre 2021 e 2024, foi possível graças ao cruzamento de dados dos CPFs dos pais registrados nos óbitos com os registros de nascimento dos filhos.

Antes de 2019, a ausência da obrigatoriedade do CPF nos registros de nascimento dificultava a compilação de dados precisos.

Os dados mostram um aumento no número de órfãos no estado ao longo dos últimos anos.

Em 2021, foram registradas 1.031 crianças órfãs, das quais 123 perderam os pais em decorrência da Covid-19, o equivalente a um oitavo do total.

Em 2022, o número subiu para 1.138 crianças órfãs, enquanto, em 2023, houve um crescimento significativo, alcançando 1.539 registros.

Até outubro de 2024, 1.467 crianças e adolescentes já haviam perdido pelo menos um dos pais, e a projeção é de que o total deste ano supere os números do ano passado.

A pesquisa também analisou os casos em que crianças ficaram órfãs dos dois genitores. Em 2021, foram registrados 19 casos.

Em 2022, o número subiu para 30, e em 2023 foram 27 crianças nessa situação. Até outubro de 2024, 23 crianças já haviam perdido ambos os pais.

IMPACTO DA COVID-19 E DOENÇAS RELACIONADAS

Desde 2019, a Covid-19 foi responsável por deixar 160 crianças órfãs de pelo menos um dos pais no Maranhão.

Em todo o país, considerando doenças relacionadas à pandemia, como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), Insuficiência Respiratória e causas indeterminadas, o número de órfãos pode alcançar 463.

O levantamento também identificou que uma criança no Maranhão perdeu os dois pais diretamente devido à Covid-19, e esse número pode subir para cinco ao incluir outras doenças correlacionadas.

Além disso, há um aumento no número de óbitos parentais por doenças como infarto, AVC, sepse e pneumonia, que tiveram relação indireta com a pandemia nos últimos anos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *