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O ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciado pela Polícia Federal (PF) na última semana, negou qualquer envolvimento em articulações golpistas.

Em entrevista coletiva concedida no aeroporto de Brasília, após desembarcar de Maceió, Bolsonaro afirmou que nunca discutiu a possibilidade de um golpe de Estado e classificou o tema como uma “loucura”.

“Se alguém viesse falar de golpe comigo, eu perguntaria: ‘E o day after? Como a gente fica perante o mundo?’”, declarou o ex-presidente.

Ele argumentou que as consequências de uma ruptura democrática seriam tão severas que jamais considerou essa hipótese.

O indiciamento de Bolsonaro e outras 36 pessoas foi enviado pela PF ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última semana.

Eles são acusados de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

A investigação se refere a ações que teriam ameaçado a estabilidade democrática após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022.

Bolsonaro reafirmou que todas as medidas tomadas durante seu governo respeitaram os limites da Constituição.

“Agora, todas as medidas possíveis, dentro das quatro linhas, dentro da Constituição, eu estudei”, disse.

Para o ex-presidente, qualquer tentativa de golpe no Brasil seria inviável, especialmente devido às reações negativas que poderiam surgir no cenário internacional.

“Vamos supor até que eu fizesse essa loucura. Como é que fica o Brasil no dia seguinte? O mundo levantaria barreiras contra a gente, vira um inferno aqui. Ninguém quer isso daí. É uma loucura falar em golpe, meu Deus do céu, uma loucura”, afirmou.

Ele também ironizou a acusação de golpe militar, ressaltando que não havia força suficiente para tal ação.

“Golpe com militares da reserva e cinco da ativa? Pelo amor de Deus! E outra coisa: golpe existe em cima de uma autoridade constituída, que já tomou posse. O Lula já tinha tomado posse? Só se fosse em cima de mim o golpe”, argumentou.

Além de Bolsonaro, a lista de indiciados pela PF inclui 25 militares e ex-ministros de seu governo, como os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

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