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Na manhã deste domingo, 27, Evo Morales, ex-presidente da Bolívia e atual líder da oposição, divulgou um vídeo nas redes sociais em que relata ter sido alvo de uma tentativa de prisão e ataque a tiros.

Nas imagens, Morales aparece ao lado do motorista, que está ferido, com marcas de sangue na cabeça e no peito. Segundo a Rádio Kawsachun Coca, o veículo foi atingido por 14 disparos.

As tensões na Bolívia aumentaram após o caso, com camponeses seguidores de Morales intensificando os bloqueios em estradas para evitar a possível prisão do ex-presidente.

Ele é investigado sob acusação de abuso de uma menor em 2015, durante seu mandato.

ENTENDA O CONFLITO

Desde o último sábado, Evo Morales tem incentivado os bloqueios realizados por seus apoiadores em diversas rodovias do país, marcando quase duas semanas de protestos.

Enfrentamentos entre manifestantes e policiais têm deixado dezenas de feridos.

Ele também criticou o presidente Luis Arce, seu ex-aliado político, pedindo que resolva os problemas econômicos do país.

Os confrontos mais violentos ocorreram em Parotani, no trajeto entre Cochabamba e La Paz, onde 14 policiais ficaram feridos e 44 civis foram detidos durante tentativas de desbloqueio.

Segundo o governo, mais de 1.700 agentes policiais e 113 veículos foram mobilizados para liberar ao menos 12 pontos bloqueados.

De acordo com um relatório da Administradora Boliviana de Rodovias (ABC), há atualmente 16 pontos de bloqueio, a maioria concentrada em Cochabamba, reduto político de Morales.

As interdições estão agravando a escassez de combustível e elevando o preço de produtos básicos nos mercados, além de causar longas filas em postos de gasolina.

Os bloqueios começaram em 14 de outubro, promovidos por camponeses que pedem o “fim da perseguição judicial” contra Morales.

O ex-presidente foi convocado pelo Ministério Público do departamento de Tarija para prestar depoimento, mas não compareceu, o que pode levar à sua prisão.

Morales, o primeiro presidente indígena da Bolívia, governou o país entre 2006 e 2019 e nega as acusações, alegando que o caso foi investigado e arquivado em 2020.

Agora, como opositor do governo de Luis Arce, Morales classifica o processo como “mais uma mentira”.

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