A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) viveu um capítulo decisivo de sua reestruturação interna neste sábado (24).

Sob a liderança do interventor Fernando Sarney, futuro vice-presidente da entidade, a Assembleia Geral Extraordinária anulou as duas eleições do ex-presidente Ednaldo Rodrigues e revogou todas as reformas estatutárias realizadas durante sua gestão.

Fernando Sarney

A reunião foi conduzida por Sarney, que coordenou os trabalhos com o apoio de 26 das 27 federações estaduais de futebol — a única ausência foi da Federação Paulista.

A assembleia, realizada na sede da CBF, no Rio de Janeiro, também anulou o acordo que havia garantido a legitimidade de Ednaldo no cargo, firmado no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2022 com a controversa assinatura do então ex-presidente Antônio Nunes.

Esse ato jurídico foi declarado inválido, reforçando a posição de Fernando Sarney como figura central na reorganização da entidade.

A decisão da Assembleia Geral Extraordinária atende à determinação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que declarou nulo o acordo judicial firmado no âmbito da ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado desde 2017, que questionava as regras eleitorais da entidade.

Com isso, a eleição de 24 de março de 2025, que havia reconduzido Ednaldo ao cargo com 100% dos votos, foi invalidada, assim como a eleição de 2022, quando ele deixou de ser presidente interino.

Além disso, as mudanças estatutárias promovidas na era Ednaldo — como a ampliação do número de reeleições permitidas para presidente e o aumento de poder concentrado na figura presidencial — foram oficialmente revogadas. Com isso, a norma original, que permite apenas uma reeleição, volta a vigorar.

A assembleia também validou a convocação de novas eleições para o quadriênio 2025-2029, que ocorrerão neste domingo (25).

O pleito será conduzido por uma comissão eleitoral apartada e independente, conforme determina o novo regulamento.

O único candidato é Samir Xaud, que já conta com o apoio de 25 federações e 10 clubes — número suficiente para inviabilizar outras chapas.

Fernando Sarney destacou que a condução do processo respeita a autonomia da CBF e está em conformidade com os estatutos da FIFA e da CONMEBOL.

As duas entidades foram comunicadas da realização da Assembleia e da eleição e enviaram observadores para acompanhar o processo.

A ata da reunião registrou, de forma irrevogável e irretratável, que:

1. A decisão judicial do TJ-RJ é compatível com os princípios estatutários da CBF;

2. As eleições de 2022 e 2025 e as reformas estatutárias associadas são nulas;

3. A convocação da eleição de 25 de maio de 2025 é legal e legítima;

4. FIFA e CONMEBOL foram convidadas e confirmaram participação na fiscalização do pleito.


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