O Flamengo deu mais um importante passo rumo à construção de seu tão aguardado estádio. Nesta quinta-feira, 3, o clube formalizou a posse do terreno do Gasômetro, no Rio de Janeiro, durante uma cerimônia que contou com a presença do presidente rubro-negro, Rodolfo Landim, do prefeito Eduardo Paes e de representantes da Caixa Econômica Federal e da Advocacia-Geral da União.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também participou, de forma remota, por chamada de vídeo.
Com a assinatura dos documentos, o Flamengo se tornou oficialmente o proprietário do local. Após o evento, Landim e autoridades se dirigiram ao terreno para a entrega simbólica da chave, representando o início de uma nova fase para o clube. O presidente destacou que o clube espera inaugurar o estádio em 15 de novembro de 2029.
A posse do terreno só foi possível após um acordo entre Flamengo, Prefeitura do Rio, Caixa Econômica Federal e Advocacia-Geral da União, que colocou fim a uma disputa judicial sobre o Gasômetro. O acordo prevê a transferência dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) do Gasômetro para outros terrenos administrados pela Caixa e um pagamento adicional de R$ 23,9 milhões, que será dividido entre o Flamengo e a Prefeitura em parcelas ao longo de cinco anos.
O terreno custou ao Flamengo cerca de R$ 170 milhões, valor que inclui os R$ 138,2 milhões pagos em leilão, R$ 7,9 milhões resultantes de uma perícia judicial, além da complementação financeira prevista no acordo.
Agora que o clube tomou posse do terreno, o próximo passo é abrir concorrência para a elaboração dos projetos básico e executivo do estádio, que terá capacidade para 70 a 80 mil pessoas. O primeiro projeto será feito por arquitetos e trará o desenho detalhado da planta e a estimativa de custo e prazo de construção.
Posteriormente, engenheiros e arquitetos trabalharão juntos para o desenvolvimento do projeto executivo, que incluirá todos os sistemas estruturais, hidráulicos e elétricos da obra. O Flamengo estima gastar cerca de R$ 70 milhões para a elaboração desses projetos.
Além disso, o clube já estuda a escolha da construtora responsável pela execução da obra. Empresas como a OEC e a EGTC, que atuaram nas reformas dos estádios da Copa de 2014, estão entre as citadas, embora a decisão final ainda não tenha sido tomada. Após a elaboração do projeto básico, o Flamengo também dará início ao processo de obtenção de licenças junto à Prefeitura e outros órgãos competentes.
O Flamengo planeja vender os naming rights do estádio, com expectativa de arrecadar entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões anuais. Outra fonte de receita será a venda dos apartamentos do Morro da Viúva, empreendimento do qual o Flamengo possui 30%, o que pode gerar até R$ 114 milhões.
O clube também planeja aprovar o projeto de Transferência do Direito de Construir (TDC) da Gávea, o que permitiria a utilização de 170 mil m² do potencial construtivo do terreno para captar entre R$ 500 milhões e R$ 700 milhões. O Flamengo estuda, ainda, a construção de um complexo comercial e de serviços próximo ao estádio, em parceria com a iniciativa privada.
O local onde funcionava o antigo Gasômetro do Rio de Janeiro, ativo de 1911 até 2005, está contaminado devido à operação de gás no local. Para descontaminar o solo, o Flamengo estima um custo de até R$ 25 milhões, etapa necessária antes do início das obras de construção.