O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi alvo de vaias em três momentos durante a cerimônia de abertura da XXVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, nesta quarta-feira (22), na capital federal. O evento reúne prefeitos, vereadores e outras lideranças políticas de todo o país para apresentar demandas ao governo federal e ao Congresso Nacional.
Apesar da recepção dividida, Lula defendeu, em seu discurso, que sua gestão não faz distinções políticas ao atender municípios. “Vocês vão ter direito a casa, independentemente do partido, se gostam ou não do presidente. Isso não está em jogo. O que está em jogo é a necessidade dos moradores”, afirmou, ao anunciar investimentos do PAC Seleções na construção de moradias populares. A fala foi encerrada sob aplausos, mas também com novas vaias de parte da plateia.
Antes de Lula, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, fez duras críticas ao aumento das responsabilidades financeiras dos municípios e à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que exige mais transparência na liberação de emendas parlamentares. “Abra o olho. Vamos votar pautas estruturantes”, declarou.
Em resposta, Lula ironizou o tom do discurso e insinuou que Ziulkoski adotava outra postura em governos anteriores. “Hoje voltou a ser o velho Ziulkoski, com um discurso mais inflamado, como sempre deveria ser em todas as marchas”, disse.
O presidente também elogiou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, defendendo seu papel no governo após críticas recentes sobre sua atuação e rumores de desavenças internas. “O governador mais bem-sucedido da Bahia joga no meu governo”, afirmou Lula.
Ao fim da cerimônia, o ministro das Cidades, Jader Filho, anunciou a abertura de inscrições para que prefeituras possam solicitar a construção de 130 mil novas unidades habitacionais da Faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida, voltadas a famílias com renda de até R$ 2.850.
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